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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Profissão: cientista

Colunista desfaz estereótipos e fala sobre atividades, exigências e prazeres da carreira científica

Normalmente, entre as carreiras mais disputadas nos vestibulares estão as de medicina, engenharia e direito, devido ao seu prestígio social e à perspectiva de um bom retorno financeiro no futuro. A profissão de cientista não costuma ser muito popular (foto: Wilson Dias/ABr).

Entre os meses de setembro e novembro, muitos jovens na faixa etária de 17 a 20 anos ficam preocupados e apreensivos, pois durante esse período as principais universidades brasileiras começam a realizar seus vestibulares. Fazer a escolha de uma carreira que poderá marcar toda a vida não é fácil. Entre as carreiras mais disputadas normalmente estão as de medicina, engenharia e direito, devido ao seu prestígio social e à perspectiva de um bom retorno financeiro no futuro. Contudo, alguns poucos jovens, pelos mais diversos motivos, sonham em se tornar algo que não costuma ser muito popular: cientista.



Mas o que é ser um cientista? É possível viver do trabalho na ciência? Quando fazemos essas perguntas (eu mesmo as fiz quando era estudante do ensino fundamental) é difícil encontrar as respostas, principalmente se vivemos em um ambiente com pouco acesso a informações. Normalmente as primeiras que encontramos são: “ser cientista é uma coisa do outro mundo” ou “algo somente para alguns iluminados” ou “uma profissão que não tem futuro”.

Essas respostas, muitas vezes desanimadoras, talvez venham do senso comum sobre o que é ser cientista. O estereótipo construído normalmente remete à figura de uma pessoa distraída, que “tem a cabeça no mundo da Lua”, desligada da realidade, que anda mal vestida, traz os cabelos sempre despenteados, usa óculos com lentes grossas e veste um avental branco e amassado, com o bolso cheio de canetas. Para o gênero feminino, além das características citadas, imagina-se uma mulher feia, muito gorda (ou muito magra), que não se preocupa com a aparência e não tem nenhuma vaidade. Em ambos os casos, a visão sobre o cientista é algumas vezes a do bruxo (ou bruxa), que não deve ser uma pessoa “normal”.

No imaginário popular, o cientista é um solitário que trabalha em um laboratório com muitos objetos estranhos, tubos de ensaio, vidros contendo líquidos coloridos exalando vapores, microscópios etc. Imagina-se que o trabalho dele consiste em misturar líquidos que a qualquer momento podem provocar uma explosão que mandaria o laboratório pelos ares.

Magos e alquimistas

Detalhe da tela O alquimista, de William Fettes Douglas (1822-1891).

Esse quadro nos remete à descrição que temos do trabalho dos magos e alquimistas da Idade Média. Naquele período, que precedeu o nascimento da química como a conhecemos hoje, havia a tentativa de encontrar meios que levassem à transformação da matéria e à criação de novas substâncias. O exemplo mais famoso era a busca pela pedra filosofal, que permitiria, entre muitas coisas, transformar mercúrio em ouro. Naquela época, somente por meio da magia é que se poderia imaginar a realização de tal feito. Contudo, nos dias atuais, não por meio da pedra filosofal, mas utilizando aceleradores de partículas, é possível realizar essa transmutação, mas isso é feito apenas com alguns átomos.

A visão popular do cientista, em particular dos físicos e químicos, talvez tenha sido construída dessa maneira porque a ciência, para o cidadão comum, parece ser misteriosa ou mágica. Contudo, trabalhar com ciência é algo bem diferente da imagem descrita acima. O trabalho de laboratório pode ser o mais diverso. Ele vai desde o convencional, no qual os materiais a serem estudados são produzidos por reações químicas ou físicas e as análises são realizadas pelas mais diversas técnicas, até aquele feito em grandes laboratórios, como síncrotrons ou aceleradores de partículas, ou ainda na própria natureza, como nas florestas e no próprio espaço. Para o astrofísico, por exemplo, o laboratório é todo o universo.

Além disso, nem sempre o cientista trabalha em um laboratório. Ele pode fazer o que se chama de pesquisa teórica, que necessita de computadores, de pesquisa em documentos, da análise de informações obtidas por outros cientistas, entre outros meios. A partir desses estudos pode-se descobrir e explicar muitos dos fenômenos do mundo que nos cerca.

Ao contrário do que muitos pensam, o cientista também não é aquele que sabe tudo. Nos dias de hoje, devido à grande especialização que existe na ciência, é impossível alguém dominar todas as áreas de conhecimento. Por exemplo, um cientista da área de física, embora possa ter uma visão geral desse campo, normalmente trabalha com um tema específico. Um físico especializado em astrofísica não tem conhecimento profundo de física médica, por exemplo.

Longa trajetória
A formação de um cientista é uma longa caminhada e ela nunca tem um fim. O início pode ser ainda quando se é estudante de graduação, ao se fazer uma iniciação científica. Nesse caso, um professor (que seja cientista) propõe ao aluno um pequeno trabalho no qual ele começa a aprender os primeiros passos da pesquisa. Para continuar a formação, após concluir a graduação, normalmente cursa-se um mestrado, com duração de dois anos, e um doutorado, que dura em torno de quatro anos. Após isso, são feitos alguns estágios de pós-doutorado para aprimorar mais os conhecimentos.

A carreira de cientista é uma longa trajetória, que pode ter início ainda na graduação, quando o estudante, ao fazer uma iniciação científica, começa a aprender os primeiros passos da pesquisa (foto: Sergio Guidoux Kalil).

No mestrado, além de fazer cursos mais avançados e especializados, se desenvolve uma pesquisa sob a orientação de um professor, que deverá ser apresentada na forma de dissertação para uma banca com no mínimo três professores. No doutorado, além de o cientista se especializar mais, fazendo outras disciplinas, a pesquisa deve também gerar publicações, produtos, patentes etc. É necessário escrever uma tese e apresentá-la para uma banca com pelo menos cinco professores (que devem ser doutores). A partir daí, recebe-se o título de doutor (este de verdade, não o que muitos bacharéis utilizam sem tê-lo). Essa é a trajetória para se tornar cientista. Apenas em raras exceções não se segue esse caminho.

De fato, ser cientista exige muito de quem opta por essa carreira, mas ela é, sem dúvida, uma das mais apaixonantes. Convém lembrar que o cientista é uma pessoa como outra qualquer, tem os mesmos problemas e dificuldades do cidadão comum. Tem que levar as crianças na escola, fazer compras no supermercado, lavar o carro etc.

No Brasil, em particular, o termo cientista é pouco usado para designar os que fazem ciência. É mais comum chamá-los de pesquisador, embora esse termo também se aplique às pessoas que realizam censos e pesquisas de opinião, como as eleitorais.

Para o nosso país, é fundamental existirem pessoas envolvidas na atividade científica, para que não fiquemos muito distantes dos países mais avançados, não somente em termos de tecnologia, mas também de desenvolvimento humano. É mais importante a riqueza que existe na cabeça das pessoas do que a que se encontra embaixo da terra, como petróleo, minerais etc.

A carreira de cientista em um país como o Brasil não tem muito prestígio, pois o retorno financeiro não é proporcional ao nível de especialização exigido para tal. Contudo, o prazer da descoberta e a satisfação de percorrer caminhos ainda não trilhados são os maiores retornos que essa carreira pode proporcionar. Ter a oportunidade de participar da maior aventura humana, que é a descoberta e a compreensão do mundo a nossa volta, é algo que não tem preço.


Adilson de Oliveira
Departamento de Física
Universidade Federal de São Carlos



O vôo do besouro!

Como os besouros conseguem voar sendo tão pesados e tendo asas tão finas?
Pergunta de Damazio Rigo Filho, de Várzea Paulista (SP), feita a Revista Ciência Hoje


(foto: Kamila Turton)

O mecanismo que permite o voo dos besouros é o conjunto dos dois pares de asas que eles têm e a musculatura vigorosa. O primeiro par de asas (os élitros) desses insetos da ordem Coleoptera fica em posição superior e é bastante endurecido.



Quando o besouro está em repouso, funciona como um estojo que protege o segundo par. Este fica no interior, é membranoso, tem a consistência do couro e é sustentado por número variável de nervuras. Durante o voo, os élitros têm papel secundário, funcionando como um paraquedas.

O nome Coleoptera vem do grego e significa koleos = estojo e pteron = asa. Porque os besouros têm, em geral, corpo volumoso e pesado, seu voo, comparado ao de outros insetos, é de velocidade baixa: nos casos conhecidos, pode variar de 0,8 m/s a 3 m/s.

A musculatura responsável por fazê-los subir é bastante desenvolvida, sendo que alguns dos músculos que movem as asas se originam na coxa do inseto. O mecanismo básico é o seguinte: os besouros abrem os élitros que ficam imóveis, formando um ângulo com o corpo, estendem as asas membranosas até ficarem planas e dão um impulso com as pernas.

Assim, começam um voo planado e apenas em seguida dão início ao batimento vertical das asas membranosas, que possibilita seu deslocamento no ar. Muitas vezes, durante o voo planado, podem aproveitar as correntes aéreas para voarem mais alto.


Cleide Costa
Laboratório de Sistemática, Evolução e Bionomia de Coleóptera,
Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo

Um passeio pelo espaço

Mostra explica por que existem estações do ano, fases da Lua e muito mais!


A mostra As estações do ano: Terra em movimento está em cartaz no Museu de Astronomia e Ciências Afins, no Rio de Janeiro (foto: Cinthia Pascueto).


Já pensou em fazer uma viagem espacial? Pois saiba que é fácil embarcar nessa aventura. Basta visitar uma exposição no Rio de Janeiro, que mostra o que acontece no espaço, sem que seja preciso sair da Terra!

Em cartaz no Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), a mostra As estações do ano: Terra em movimento acontece em uma sala que tem o teto cheio de pontos luminosos, imitando o céu estrelado. Tudo para criar um clima especial e incentivar os visitantes a saber mais sobre as estações do ano, as fases da Lua, o dia e a noite. E o que é melhor: de forma interativa!




Mexer é permitido
Na exposição, você pode girar um globo terrestre e perceber como a incidência da luz do Sol varia do hemisfério Norte para o Sul.

Além disso, se você sempre quis saber por que a Lua tem fases, pode usar um aparelho que o coloca na posição da Terra, enquanto uma esfera que imita o satélite natural do planeta gira ao seu redor. Sem falar que a mostra conta ainda com vídeos, painéis e jogos de computador!


Você sabia que estações do ano não existem apenas na Terra, mas também em outros planetas do Sistema Solar? É o que revela a exposição em cartaz no Museu de Astronomia e Ciências Afins. Assista ao vídeo e comprove!

“Queremos que as pessoas saiam da exposição com vontade de pesquisar e ler mais sobre o tema em casa”, conta o físico Douglas Falcão, coordenador de educação do Mast. Então, não perca a chance de aprender ciência e se divertir ao mesmo tempo!


As estações do ano: Terra em movimento
Museu de Astronomia e Ciências Afins
Rua General Bruce, 586, São Cristóvão, Rio de Janeiro/RJ. Tel.: (21) 2589-4965.
Terças, quintas e sextas, das 9h às 17h. Quartas, das 9h às 20h.
Sábados, das 14h às 20h. Domingos e feriados, das 14h às 18h.
Grátis!

Júlia Faria
Ciência Hoje das Crianças

Quer saber mais sobre vulcões e sobre terremotos?

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Confira os posts sobre o assunto! Conheça causas, efeitos e entenda o que são essas manifestações da natureza!
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Vulcões e terremotos

Os vulcões e terremotos representam as formas mais enérgicas e rápidas de manifestação dinâmica do planeta. Ocorrem tanto em áreas oceânicas como continentais, e são válvulas de escape que permitem o extravasamento repentino de energias acumuladas ao longo de anos, milhares ou milhões de anos. Esses eventos são sinais de que, no interior da Terra, longe dos nossos olhos e instrumentos de pesquisa, ocorrem fenômenos dinâmicos que liberam energia e se refletem na superfície, modificando-a. Por outro lado, também existem formas lentas de manifestação da dinâmica interna terrestre. As placas tectônicas, conforme a teoria da Tectônica de Placas, incluem continentes e partes de oceanos, que movem-se em mútua aproximação ou distanciamento, a velocidades medidas de alguns centímetros por ano, assim contribuindo para a incessante evolução do relevo e da distribuição dos continentes e oceanos na superfície terrestre.

Fonte: http://www.ibb.unesp.br/departamentos/Zoologia/material_didatico/prof_marcello/Geologia/Terra_Dinamica

Saiba mais, lendo os posts sobre vulcões e terremotos!

Abaixo, entenda a Escala Richter!

Escala Richter

Escala Richter

Vídeo sobre terremotos e vulcões